O Valor Espiritual do Amor-Próprio

Amar a si mesmo é considerado uma parte fundamental para o ser humano ser feliz, mas chegar lá é um desafio. Quem é o Eu que você está amando, e como isso é diferente do Eu que você realmente deveria amar? Não são a mesma pessoa? Sim, claro! Mas o problema está no Eu dividido. O Eu dividido é o que causa o nosso conflito interior. Vamos compreender melhor…….

Se você for à geladeira fazer um lanche à meia-noite, uma parte de você tem o impulso de tomar um sorvete antes de ir para a cama, enquanto outra parte resiste à tentação. Podemos reduzir esse conflito diante de todas as escolhas porque elas são a essência do Eu dividido. Quando você está em conflito, às vezes você faz uma boa escolha, mas nem sempre há garantia disso. O resultado de viver com conflito interno e confusão mental,  muitas vezes leva à insegurança, negação, medo sobre o que fazer em uma crise, passividade e dependência dos outros. Você já viveu isso?

Você Pode Escapar do Conflito Interior Através do Amor-Próprio?

Parcialmente, sim. Vamos compreender essa ideia melhor….

Uma pessoa emocionalmente segura comumente se sente confiante nas suas decisões. Essa pessoa tem muito mais autoconfiança para tomar uma decisão considerada certa. Mais importante ainda, é que há menos auto julgamento da sua parte . Saiba que, quando você se culpa por algo ou de repente diz para si mesmo: “eu me odeio”,  justamente por fazer algo que sabe que não deveria ter feito, o auto julgamento surge dentro de você de forma massacrante e cruel. Com auto julgamento cruel e penoso não pode haver amor próprio. No máximo, sentir-se bem consigo mesmo sempre será uma situação que vem mas que  vai. É uma condição absolutamente instável.

Toda essa questão do amor próprio foi abordada há milhares de anos desde as mais antigas tradições, como a védica, onde há um ditado surpreendente: “Todo amor é amor a si mesmo”. Será que realmente é verdade que quando sentimos amor por nossos filhos, nossos amigos, até o amor para com Deus, só amamos a nós mesmos? Será?

Na verdade, há uma sabedoria neste ditado: “Todo amor é amor a si mesmo”, mas temos que
analisá-lo em etapas:
  • O primeiro passo é entender que a palavra “Eu” não significa a nossa personalidade e nem o nosso Ego. Muitas pessoas têm a impressão errada sobre o que seja na verdade o amor-próprio e acabam simplesmente se tornando presunças, vaidosas e arrogantes. Isso ocorre geralmente quando o Ego faz uma demonstração de amor-próprio para tentar disfarçar uma insegurança subjacente. O Eu dividido existe em todos nós,  porque o nosso Ego está constantemente tentando fazer escolhas e com base em nossas próprias inclinações, que estão constantemente mudando ao longo da vida, através de fluxos de desejos, de medos, de opiniões, de esperanças e crenças. Tendo o Ego como foco de atenção, o seu Eu é um acúmulo de experiências do passado. Vale lembrar que as experiências de nossas vidas são positivas e negativas, e o Eu cotidiano sempre está e estará repleto de contradições para poder se amar.
  • O próximo passo é perceber que a questão não é a autoestima. Claro que é  bom ter um senso de autoestima saudável, mas não é isso que o ditado védico quer nos dizer. Por exemplo, no trabalho, você pode desfrutar da autoestima por fazer um bom trabalho, mas no minuto em que perde o emprego, a sua autoestima geralmente se transforma em depressão e baixa autoestima. Concorda?
  • É preciso mais um passo para chegar ao verdadeiro amor-próprio. O Eu em questão é encontrado em um nível mais profundo de consciência, onde você pode experimentar seu verdadeiro Eu. Encontra-se mais profundo do que o Ego e o Eu cotidiano. O verdadeiro Eu toma sua identidade do fluxo da inteligência criativa à medida que se eleva da fonte. Na própria fonte há um campo de consciência infinita; é aqui que nasce a inteligência criativa.

Experimente a Vida Como Seu Verdadeiro Eu

Você pode se tornar consciente de pensamentos negativos, momentos de autojulgamento e lembranças ruins, vendo que eles não são realmente você. Ter essa atitude é extremamente útil. Se você prestar menos atenção à negatividade e ao autojulgamento, enquanto presta mais atenção ao amor, beleza, compaixão, criatividade e o resto dos sentimentos que vêm do seu verdadeiro Eu, o que acontece?

Você descobre que com o tempo você se aproxima do seu verdadeiro Eu simplesmente prestando atenção nele. Você começa a  obedecer a uma força de atração conhecida em sânscrito como Swarupa , ou a Atração do Eu. A mente naturalmente quer mais amor, mais bem-aventurança e mais de tudo o que flui da Fonte Divina

Assim, o caminho espiritual se resume a permitir que sua mente vá para onde ela quer ir, nada mais. Então você verá claramente que todo amor é amor de si mesmo. Você vai amar seus filhos, cônjuge, amigos e outros ainda mais, porque você os vê através das lentes da consciência da bem-aventurança, em vez das lentes do Ego. Saber que o verdadeiro Eu existe é um passo importante em sua evolução pessoal.

Anote isso!