Autocompaixão para Resiliência e Poder Pessoal

Embora a autocompaixão pareça um direito humano básico, muitas pessoas acham desafiador trazer compaixão para si mesmas quando as coisas ficam difíceis. Por quê será? Porque na maioria das vezes, você mesmo é o seu pior crítico. Na superfície, você pode entender os benefícios da autocompaixão, mas uma pequena voz em sua cabeça sussurra: “não faça isso, não se dê um tempo; não seja mediocre.”

A verdade é que a autocompaixão é uma maneira poderosa de tirá-lo da mediocridade – ou de qualquer outro desafio ou rotina estressante que você possa estar enfrentando em sua vida. Uma vez que você se entrega de maneira compassiva à você mesmo, isso permite que você avance com um novo nível de autoestima. Vou explicar melhor….

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O que é Autocompaixão?

A Dra. Kristen Neff, professora associada de psicologia e pioneira no campo da autocompaixão, explica que a autocompaixão consiste em três elementos centrais :

1. Auto-Bondade X Autojulgamento

Na vida, as coisas nem sempre vão do jeito  que queremos, e haverá momentos em que você pode falhar ou perder o barco. O primeiro elemento da autocompaixão é focar na autobondade em vez de no autojulgamento.

É muito fácil julgar a nós mesmos quando falhamos,  porque obviamente não somos seres humanos perfeitos. Mas, na maioria dos casos, você nunca julgaria um grande amigo, ou um membro da sua família muito amado ou ainda um prestimoso colega, e com a mesma severidade que julga a si mesmo pela sua imperfeição humana que é absolutamente inata e comum a todos.

Com a autocompaixão, você se permite a ter a graça da imperfeição, reconhecendo que experimentar fracassos e dificuldades na vida é inevitável e não algo de que você deveria se envergonhar.

Como explica o Dr. Neff, “quando essa realidade é aceita com simpatia e bondade, experimenta-se maior equanimidade emocional”.

2. Humanidade Comum X  Isolamento

Quando nos sentimos inadequados, nossa mente tende a nos contar a história de que somos únicos em nosso sofrimento e que outras pessoas podem lidar melhor com os desafios da vida. Isso traz sentimentos de isolamento, como se nossas imperfeições criassem um sofrimento dentro de nós que não tem relação com a maioria das outras pessoas em nossa vida.

A verdade é que o sofrimento e o sentimento de inadequação são experiências humanas absolutamente compartilhadas. Não há uma pessoa neste planeta que não tenha se sentido inferior, não boa o suficiente, não inteligente o suficiente, ou de alguma forma inadequada em algum momento de sua vida.

Quando você conseguir digerir e absorver verdadeiramente essa realidade, você entenderá que o sofrimento é algo que todos nós passamos juntos, em vez de ser uma experiência que é só sua. A camaradagem em sua dor a torna menos pessoal e tira grande parte de seu poder.

3. Mindfulness X  Super Identificação

Para sentir compaixão por si mesmo e por sua experiência pessoal, você deve primeiro ter consciência de como está se sentindo. Você não pode ignorar seu mundo interior e sentir compaixão por si mesmo ao mesmo tempo. É aí que entra a prática da atenção plena. .

Estar atento à sua dor e sofrimento permite que você abra espaço para sua experiência atual. Isso é necessário. Ao não ligar suas histórias pessoais aos seus sentimentos mais densos, você até pode reprimir suas emoções desconfortáveis, mas ​isso não fará você enfrentar suas emoções negativas com abertura e clareza, ou seja, você irá bloqueá-las.

Nessa visão, somos capazes de ver nossas emoções de forma mais objetiva e assim diminuir a super identificação que tende a nos levar a um ciclo de pensamento negativo.

Como a Autocompaixão Aumenta a Resiliência e o Poder Pessoal

A prática da autocompaixão pode ser um desafio no início. A tendência da mente humana é de se apegar a pensamentos negativos em um esforço para protegê-los. Isso é comumente conhecido como “viés da negatividade” e é uma parte da psique que existe há muito tempo que tenta ajudá-lo a aprender com os erros e evitar ameaças potenciais.

O problema é que seu viés de negatividade pode se tornar desonesto e, em vez de protegê-lo de ameaças externas, ele tentará protegê-lo de si mesmo. E quando seu ideal de si mesmo é ser o humano perfeito, há muita coisa que pode se tornar uma ameaça.

O fato é que você terá fracassos na vida e será ferido. Isso não é porque há algo errado com você ou porque você é inadequado – é porque você é humano, e os humanos são seres imperfeitos por natureza. Nossas imperfeições são parte do que nos permite aprender, crescer e evoluir.

A autocompaixão permite que você reconheça suas imperfeições e se aceite de qualquer maneira. Quando você pode fazer isso, essa atitude tira seu cérebro do viés da negatividade e permite um estado de espírito mais aberto e positivo. A partir disso, você pode cultivar emoções mais positivas e alimentar seu reservatório interior de força e poder pessoal.

O resultado da autocompaixão se torna um estado de resiliência , onde os resultados indesejados se tornam menos impactantes e sua capacidade de superá-los se torna cada vez mais forte.

A parte mais difícil da autocompaixão é assumir o compromisso de ser mais dócil e fácil consigo mesmo. Se você for como a maioria das pessoas,  será muito mais fácil falar do que fazer. No entanto, se você puder se permitir ir além da necessidade de ser perfeito, mesmo que apenas uma vez, você experimentará o alívio que a autocompaixão proporciona e será muito mais provável que você se envolva nessa prática novamente.

Cada vez que você escolhe a autocompaixão em vez do julgamento, você traz mais aceitação a quem você é e, à medida que sua auto-aceitação cresce, seu amor-próprio também aumenta. De um lugar existencial de amor-próprio, você verá a resiliência se tornar a sua segunda natureza.

Exercício Simples de Autocompaixão

A Pausa da Autocompaixão

Este é um ótimo exercício para praticar enquanto você está no meio de emoções difíceis ou a qualquer hora do dia para fortalecer seu músculo psicológico da autocompaixão. Na verdade, pode ser benéfico fazer este exercício quando você não está no auge da emoção para poder praticar o sentimento de autocompaixão. Dessa forma, quando uma experiência altamente emocional se apresentar, você estará mais bem equipado para lidar com ela.

Para começar, traga sua consciência para o que quer que esteja incomodando você. Traga à vida uma situação que ocorreu, um medo que possa estar presente ou qualquer outro sentimento desconfortável que esteja se apresentando e observe todos os pensamentos e sentimentos que o acompanham.

Em seguida, repita as seguintes frases em voz alta ou em sua mente:

“Este é um momento de sofrimento.”

Essa afirmação traz consciência para o fato de que o sofrimento está presente. Você pode então expandir dizendo algo que seja pessoal para você ou sua situação, como “Estou realmente passando por um momento difícil agora”. Isso permite que você nomeie o que está acontecendo para você.

Em seguida, em voz alta ou em sua mente, diga: “o sofrimento faz parte da vida”. Isso faz você  lembrar de sua humanidade que é comum a todos. Você não está sozinho jamais; todos os humanos sofrem, e este não é o seu fardo para carregar sozinho. Você pode até acrescentar: “muitas pessoas estão passando ou passaram por uma situação semelhante à que estou lidando atualmente”.

Finalmente, com a mão no coração, você pode dizer: “Que eu seja gentil comigo mesmo neste momento”. Esta declaração é sobre permitir-se dar a si mesmo o cuidado que você precisa no momento. Se for desafiador dar a si mesmo a compaixão que você precisa no momento, imagine que você é um de seus bons amigos; como você confortaria um querido amigo nesta situação? Ofereça a si mesmo esse cuidado amoroso.

Uma vez que você tenha se apoiado naquele cuidado amoroso por alguns momentos, abandone a prática e apenas sente-se em plena consciência. Permita-se ser exatamente como você é, aceitando o que quer que esteja surgindo neste momento.

Vamos começar?