Você já parou para pensar por que praticar o Bem quando vivemos em um mundo com tantas verdades diferentes? Na verdade, somos o quê? Generosos, gananciosos, justos, intolerantes, piedosos ou preguiçosos? Quem somos nós neste Universo de bilhões de pessoas espalhadas pelos quatro cantos? Saiba que as virtudes humanas são interesse de 3 grandes áreas do conhecimento humano: filosofia, religião e psicologia.
Alguns exemplos de virtudes são: lealdade, empatia, humildade, gratidão, honestidade, determinação, compaixão, amizade, alegria, otimismo, bondade, justiça, integridade, coragem, disciplina, respeito, tolerância, paciência, perdão entre outras.
O contrário de virtude é o vício.
Por exemplo, a paciência é uma virtude humana. A ira é o vício que se opõe à paciência. A generosidade é uma virtude. O egoísmo é o vício que se opõe à generosidade.
Uma lista de virtudes que ficou bem popular na época medieval é a lista do poema épico Psicomaquia de Prudêncio. É uma lista de 7 virtudes que surgem para combater os famosos 7 pecados capitais que se popularizaram no poema. Vamos a eles:
- Castidade (Virtude) X Luxúria ( 7 Pecados Capitais)
- Caridade (Virtude) X Avareza ( 7 Pecados Capitais)
- Temperança (Virtude) X Gula ( 7 Pecados Capitais)
- Diligência (Virtude) X Preguiça ( 7 Pecados Capitais )
- Paciência (Virtude) X Ira (7 Pecados Capitais )
- Bondade (Virtude) X Inveja ( 7 Pecados Capitais )
- Humildade (Virtude) X Vaidade (7 Pecados Capitais )
As virtudes se configuram em hábitos capazes de levar alguém à excelência, ou seja, ao que há de melhor na condição humana. Cultivar virtudes é essencial para o desenvolvimento de uma pessoa, pois é uma forma de estar disposto a praticar o Bem, a ser um pessoa melhor. A Psicologia passou a olhar para as virtudes por meio da chamada Psicologia Positiva, considerando que estão diretamente ligadas à descrição do caráter de um indivíduo.
Martin Seligman e Christopher Peterson, os desenvolvedores da Psicologia Positiva, listaram 24 forças que estão divididas em seis grupos de virtudes que são: Temperança, Sabedoria, Coragem, Humanidade, Justiça e Transcendência.
A virtude e o vício estão constantemente em pleno conflito, gerando uma polarização entre a bondade e a falha propriamente dita. A falta da virtude condiciona o vício. O vício, que significa a falha, está em nós, mas, se quisermos, podemos controlá-lo. Já a virtude, que significa bondade, também está em nós, porque todo mundo é bondoso ou tem em si uma parcela desse Bem.
Vamos compreender melhor essa ideia com esse exemplo: o altruísmo enquanto virtude é a atitude de viver para os outros. Para que uma pessoa seja altruísta precisa dominar os seus instintos egoístas, que existem naturalmente em todo o ser humano, fazendo emergir as inclinações benévolas, que também estão sempre presentes.
Mas entenda também que os instintos naturais de benevolência isoladamente não constituem o altruísmo. Irão constituir apenas se a pessoa conseguir dar caráter de habitualidade. Os instintos de benevolência, esporadicamente, emergem no comportamento humano. É preciso fazer do altruísmo um estado habitual que diminua e substitua continuamente os instintos egoístas, tornando-os menos ativos e mais controláveis.
O entendimento do conceito de altruísmo tem a relevância filosófica de se referir às disposições naturais do ser humano, o que indica que o ser humano pode ser bom e generoso naturalmente, sem ser necessário a intervenção divina ou sobrenatural.
Na verdade a caridade é a mãe de todas as virtudes humanas como diziam os antigos filósofos da Grécia, e diziam-no com razão: “é a raiz de todas as virtudes, porque ela é a bondade suprema para consigo mesmo, para com os outros, para com o Ser Infinito.” A caridade, assim, supera a nossa natureza, porque, graças a ela, o homem avança além de si mesmo, além das suas exigências biológicas, emocionais e espirituais.
O homem de Bem faz o Bem pelo Bem sem esperar pagamento algum; retribui o mal com o Bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica interesses pessoais em pról da justiça, enxuga as lágrimas do seu próximo e encontra satisfação nos benefícios que espalha e nos serviços que presta aos outros. O homem egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda a sua ação generosa. O egoísmo ocorre quando só pensamos em nós mesmos e esquecemos que todos têm direitos e necessidades iguais.
O orgulho é o oposto da virtude, pois ocorre quando temos dificuldades de admitir nossas falhas e fraquezas e queremos ser melhores que os outros. Esquecemos que todos somos “criaturas” de Deus, portanto, todos somos iguais, e que percebendo nossas deficiências estamos nos conhecendo melhor e com melhores condições de as transformarmos em qualidades virtuosas e evoluirmos.
A violência ocorre quando cultivamos a raiva, o ódio, o desamor. A violência tem por base sentimentos complexos e pode estar relacionada com o orgulho ferido, ou a um egoísmo extremo, ou ao autoritarismo exacerbado e, principalmente, à dificuldade de amar e perdoar ao outro e a si mesmo. Podemos citar ainda a vaidade excessiva, o medo exagerado, a autodesvalorização, enfim, uma série de vícios morais.
Dentre as virtudes que se destacam estão: justiça, persistência, otimismo, humildade, bondade, compaixão, empatia, perdão, honestidade, disciplina e coragem.
A palavra virtude deriva do termo grego “aretê” e se refere ao conceito de excelência. As chamadas Virtudes Cardeais foram definidas por Platão no livro IV da República e são: Prudência (sabedoria), Justiça, Temperança e Fortaleza (Coragem, Força). O texto escrito por Platão diz que essas são as virtudes centrais do ser humano.
A Igreja Católica somou às quatro virtudes cardeais de Platão (Fortaleza, Prudência, Temperança e Justiça) três que são teológicas (Fé, Caridade e Esperança). Assim, se chegou às chamadas “Sete Virtudes Cristãs”. A Bíblia possui um trecho em Gálatas 5:22,23 no qual é dito que as virtudes são frutos do espírito e que contra elas não existe nenhuma lei.
Outras religiões possuem suas próprias listas, como o hinduísmo, o taoísmo, o budismo e o islamismo. Quando comparadas, tendem a ser muito semelhantes de uma religião para outra.
Para a Doutrina Espírita, a virtude no mais alto grau é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de Bem. Ser bom, modesto, laborioso, sóbrio são qualidades do homem virtuoso. Para a Doutrina não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe: o orgulho.