Considerada um problema raro que provoca sintomas semelhantes aos de um infarto, como dor no peito, falta de ar ou cansaço, e que surge em períodos de grande estresse emocional, a síndrome do coração partido, também chamada de cardiomiopatia do estresse ou Síndrome de Takotsubo é uma doença de origem psicológica.

Algumas pessoas que experienciam o rompimento com um parceiro amoroso ou até mesmo com alguém onde depositem muito afeto, ficam emocionalmente muito estressadas e isso afeta demais o órgão do coração desenvolvendo a “síndrome do coração partido”. O músculos cardíacos enfraquecem e levam à fatalidade. A síndrome do coração partido pode matar!

Essas pessoas apresentam sintomas como falta de ar, dor no peito e sentem que estão tendo um ataque cardíaco. Esse fato acontece porque a pessoa sofre uma emoção dolorosa muito forte, com o término de um casamento, a descoberta de uma traição, um acidente ou a perda de um ente querido.

Acredita-se que excesso de adrenalina provocado por esse impacto, por esse susto, por esta emoção forte, seja o responsável pelo mau funcionamento cardíaco. O coração partido é uma metáfora usada para descrever uma intensa dor psicológica. No entanto, também é possível sentir uma dor física no peito, como resultado de uma perda, embora, por extensão, inclua o trauma emocional.

O eletrocardiograma nessas situações geralmente aponta alteração, mas  curiosamente quando a pessoa é submetida ao cateterismo, não existe nenhuma obstrução coronariana e nem placas de ateromas (que podem entupir completamente uma artéria ou uma veia). Dessa maneira, a síndrome do coração partido pode matar.

A síndrome do coração partido também é conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo e foi identificada pela primeira vez no Japão no início dos anos 1990. Cerca de 90% das pessoas que sofrem dessa cardiomiopatia induzida por estresse são mulheres.

Há anos o problema é estudado, mas como combater essa situação tão perigosa?

Qualquer um de nós pode passar por uma situação de ruptura amorosa ou perdas de pessoas amadas ocasionadas por morte,  e consequentemente sofrermos demasiadamente. Veja bem, não há problema algum em se sentir deprimido enquanto você trabalha seu novo caminho através do desgosto, da frustração, da perda, da decepção, do luto.

Em termos emocionais, um rompimento traumático leva aos cinco estágios do luto que são: negação, raiva, barganha, depressão e, finalmente, aceitação”. Muitas vezes há recaídas nesse processo.

Sintomas comuns após uma separação

Freqüentemente, é difícil você traduzir o que está sentindo diante da síndrome do coração partido. É compreensível, pois tristeza, raiva e falta de motivação podem se sobrepor. Ou você começa a sentir uma coisa e ela se transforma em outra.

Os sintomas e reações mais comuns após uma separação incluem:

Como seguir em frente?

Isso pode ocorrer de várias maneiras e todas ao mesmo tempo:

  • Busque tratamento médico-psicológico: O tratamento para a síndrome do coração partido deve ser orientado por um médico cardiologista. Há também a necessidade de um tratamento psíquico com um psicólogo, uma vez que é necessária ajuda psicológica para permitir que o paciente ultrapasse o trauma que está causando o acúmulo de estresse emocional.

Nos casos mais graves, pode ser necessário internamento hospitalar para fazer o tratamento com              remédios para o coração de forma a prevenir um infarto agudo do miocárdio.

A síndrome do coração partido pode matar!

  • Retorne às paixões que você deixou de lado: Você parou de fazer algo de que gostava porque seu parceiro queria que você fizesse atividades que ele gostasse? Volte a dançar ou se voluntariar em um trabalho social. Que tal?

 

  • Encontre as lições que você aprendeu com o relacionamento:  Siga em frente, para perceber e refletir de forma honesta o que aprendeu com essa situação.

 

  • Seja criativo: Procure oportunidades para criar. Isso pode significar cozinhar um prato diferente ou escrever suas ideias através de um poema. Apenas esteja atento aos momentos em que você se sente inspirado a fazer qualquer coisa e faça, mesmo que não seja familiar para você.

 

  • Comece algo novo: Este pode ser um novo hobby. Ou comece a assistir a uma nova série na Netflix. Aquele ateliê de cerâmica está chamando você?

 

  • Recupere seus objetivos:  Se você deixou de lado a formação acadêmica que queria, agora que acabou o relacionamento, inscreva-se para o próximo semestre e persiga seus sonhos.

 

  • Mude a auto-fala:  Se você se culpa, opte por outro caminho. Se você duvidar de suas ações durante o relacionamento, lembre-se de que isso seguiu seu curso natural. Se você sente falta dessa pessoa, lembre-se de que tem boas lembranças e que mesmo assim você estará seguindo em frente.

 

  • Olhe para o futuro:  O pensamento futuro pode ser uma ferramenta poderosa de acordo com a psicologia positiva. Use sua imaginação e visualização para ajudá-lo a ficar inspirado e aproximá-lo da obtenção de resultados positivos.

 

Os pontos importantes para a elucidação da síndrome do coração partido são:

  • Ausência de doença coronariana obstrutiva no histórico clínico;
  • Alteração recente do eletrocardiograma (ECG);
  • Elevação da troponina leve;
  • Ausência de miocardite;
  • Importante quadro recente de estresse psicológico

Para completar a anamnese e a sua evolução é significativo também investigar condições relativas à outras doenças como: diabetes, tabagismo, hipertireoidismo, hipertensão arterial sistêmica (HAS). Dessa forma, é importante que os profissionais envolvidos no tratamento do paciente,  estejam familiarizados com estes diferenciais para não incorrer no risco de subdiagnóstico.

A busca para tirar do peito as sensações ruins ligadas à dor da perda e à ausência não tem tempo certo para se encerrar. O ideal é controlar o que temos dentro de nós com a devida calma que os tempos assim nos exigem. A paz, aos poucos se instala e vem a força para seguirmos em frente curtindo bastante o nosso próprio auto-amor, que nos dá auto-confiança, segurança e esperança.