O processo reencarnatório é uma oportunidade de renovação que possui objetivos e metas. Se é uma oportunidade, por que muitos sentem vazio existencial diante da vida pelo menos em algum momento?

A vida terrena é um período breve diante da eternidade. A vida humana é uma experiência transitória do nosso espírito imortal.

A vida humana na Terra tem em média 75 anos.

Nesse espaço de tempo que aqui ficamos, podemos subdividir 3 grandes períodos da nossa vida:

  • 0 aos 25 anos > Quando nós nos construímos como pessoa
  • 15 aos 50 anos >  Como construímos a nossa vida
  • 50 aos 75 anos > Quando vamos nos preparando para o desembarque.

Todo espírito que encarna aqui na Terra tem 2 tipos de trabalho a fazer:

  1. Reparar, corrigir, refazer, reescrever aquilo que anteriormente não foi adequado.
  2. Planejar a vida futura. Quer um bom exemplo? Com o aprendizado que conquistamos hoje, já estaremos moldando nossas próximas vidas.

Em outras palavras podemos refletir que se causou o mal, precisa reparar o mal. Se cometeu erros, precisa corrigir os erros. Se teve hábitos destrutivos, precisará conquistar hábitos saudáveis.

Muitos acreditam que vieram apenas para REPARAR, mas acredite não estamos aqui somente para a REPARAÇÃO.

Até pode ter alguém que na balança reencarnatória, esteja aqui na Terra para reparar muito mais do que para planejar a vida futura. Isso pode ocorrer por causa de muitos, muitos, muitos erros do passado.

Por isso a doutrina espírita nos ensina a traçar um projeto de felicidade mais realista diante de qualquer um desses momentos que você possa estar atravessando.

Nessa trajetória a consciência fará escolhas, encontrará pessoas, viverá novas experiências, participará de obras e tomará muitas decisões.

Nesse tempo que estaremos por aqui vivenciando as experiências encarnatórias ocorrerão dentro de nós movimentos subjetivos que serão mais expressivos, alguns muito preocupantes e que se manifestarão em momentos muito pontuais de nossa vida.

Nesse contexto, muitos de nós sentirão a perda do próprio endereço existencial.

O que significa perder o seu endereço existencial?

É aquela sensação nomeada como Vazio Existencial, que é quando nos tornamos caminhantes sem roteiro.

  • No plano físico sentimos perda da alegria de viver;
  • No plano espiritual vivenciamos a perda dos objetivos de tudo o que foi acertado no plano espiritual.

O que significa Vazio? 

  • Vazio é falta.
  • Vazio é um suposto lugar a ser preenchido.

E quais sintomas físicos e emocionais que sentimos diante do nosso vazio:

  • Sensação de peito repleto de ar e com dor
  • Sentimos buracos emocionais
  • Perdemos referências
  • Perdemos a nossa bússola existencial

No nosso vazio existencial, sentimos falta de nós mesmos.

Qual é a razao disso acontecer conosco?

Isso ocorre quando abrimos mão da nossa renovaçao espiritual.

Quais são os principais motivos?

  • Quando se tem perdas significativas
  • Quando se desenvolve foco apenas na vida terrena
  • Quando não se sabe quem é
  • Quando se questiona para que serve a vida
  • Quando sente que a vida não tem sentido
  • Quando se percebe que muitos valores impostos pela sociedade são apenas ilusórios

Quais são os sintomas que se manifestam?

  • Depressão e ansiedade
  • As mais variadas compulsões com álcool, consumo desenfreado, agenda repleta de eventos sociais, comida, cigarro e drogas.
  • Desilusão com a vida
  • Falta de energia
  • Insatisfação com tudo e com todos
  • Mundo interior banhado de conflitos e inseguranças

Mas atenção!!!

Todos nós poderemos passar pelo Vazio Existencial em algum momento da nossa encarnação. Não somos excessão.

Diante dessa constatação a grande pergunta a se fazer é:

  • Como esta “experiência pessoal” pode ser vivida por cada um de nós?

Sabe por que? Porque essa será uma grande oportunidade de transformação com um grande salto qualitativo para a renovação espiritual.

Como fazer?

O melhor exemplo para ilustrar é pensarmos na funçao do GPS. Ele nos dá o ponto de partida, o destino e a chegada. Por analogia vamos compreender esse exemplo como se fosse o nosso propósito de vida.

Quando iniciamos a nossa viagem na vida terrena podemos nos desviar do nosso destino diante de situações externas, abatimentos emocionais, frustrações, desapontamentos. Daí o nosso GPS interior recalcula o trajeto, porque todos nós possuímos uma bússola interior no profundo do nosso Eu.

Quando o nosso Ego nos desvia da rota, ele faz a mesma recalculagem que um GPS faz, ou seja, nessa recalculagem você poderá dar a permissão para ser reconduzido, amparado e até mesmo ser advertido.

Entenda que vamos sempre retomar a rota da nossa existência que é a rota do nosso propósito de vida. Poderemos nessa retomada responder :

  • porque nascemos,
  • porque estamos aqui,
  • o que viemos fazer.

Mas saiba que pequenos desvio ou curvas que nos desviam do caminho maior diante da experiência terrena,  podem ocorrer com qualquer um de nós. Lembre-se também que ninguém pode tirar de você o dom de renovar a sua própria vida.

Somos nós que escolhemos tudo em nossa vida. Escolhemos como reagir diante das situações, se vamos praticar o bem, se vamos trazer benefícios ao mundo.

A cada escolha feita, moldamos o nosso destino. O livre-arbítrio de hoje reflete em cada vida próxima que teremos, e assim nos tira do papel de vitimismo, e nos tráz ideia de responsabilidade.  Cada um de nós decidirá o o seu destino a depender do nível de lucidez diante das escolhas.

Podemos incluir no nosso plano encarnatório uma parcela de recuperação, de provas, de expiação, de planos para a  o futuro e planos esperançosos para o que vem lá adiante. Isso desenvolve em nós uma percepção mais madura da evolução espiritual.

Aquilo que iniciamos numa vida tem continuidade em próxima vida.

Mas saiba também, que não há privilégios, não há sorteios, não há premiações. Deus não dá privilégios a ninguém.

A nossa felicidade depende apenas do nosso aperfeiçoamento.

 

Algumas perguntas para reflexão:

  • O que você gostaria de mudar em você?
  • Quando você se sente realmente “vivo”?
  • Qual é a história da sua vida?
  • Quais seriam os principais capítulos da sua autobiografia?