Você já ouviu falar que o universo te devolve exatamente aquilo que você oferece? Seja o bem ou o mal. À partir do momento que você faz uma escolha, você é obrigado a conviver com as consequências dela, sejam elas boas ou ruins. Não existe castigo, não existe recompensa, o que existe é consequência. O plantio é livre, mas a colheita é obrigatória porque tudo vem com um propósito e tudo vai por uma razão.

Essa é a velha Lei do universo. Conhece aquela história de que o mundo dá voltas e a vida conspira, assim como as energias?  Quando falamos de energia estamos falando exatamente sobre aquilo que desejamos e que fazemos aos outros. Estamos todos sujeitos às Leis Universais e a Lei do Retorno não falha. Não desista de praticar o bem só porque alguém se aproveitou de você , não desista de viver na energia do amor universal só porque cruzou com quem não sabe amar, não tem compaixão e vive no egoísmo espiritual. Se você espalhar  compreensão, perdão e se importar de verdade com as pessoas e em oferecer o seu melhor à elas, sem se preocupar em obter algo ou vantagens em troca, sua vida será presenteada com coisas boas.

Infelizmente algumas pessoas apenas aprenderão e evoluirão, depois que o Universo ecoar negativamente, devolvendo o que foi oferecido por elas e de maneira impiedosa. A maldade não deve ser devolvida, por isso deixe para a própria dinâmica da vida cobrar. Não guarde rancor e nem sentimento de vingança. A vida é justa e ninguém vai embora sem pagar as dívidas. Levanta-se e não derrube quem te empurrou. A pessoa vai  cair sozinha.

Criada e desenvolvida no Oriente, a lei do carma afirma que tudo que fazemos, sentimos ou pensamos tem consequências. Portanto, trata-se de uma Lei que depende apenas de nós mesmos e das nossas escolhas. Carma, com frequência, é interpretado como fatalismo, mas na verdade é apena uma Lei de Causa e Efeito,  que depende inteiramente de nós mesmos e das nossas escolhas. Por essa razão, o carma pode mudar ao longo do tempo.

Carma, em sânscrito, significa ação. Seria o equivalente, na metafísica indiana, à terceira lei de Newton, que diz: “A toda ação corresponde uma reação de igual intensidade, que atua no sentido oposto”. A força é resultado da interação entre os corpos, ou seja, um corpo produz a força e outro corpo a recebe.

No livro O Céu e o Inferno, Allan Kardec, lança outras luzes a respeito do tema, quando explica que o arrependimento das faltas cometidas é o elemento chave para liberar o Espírito das provações dolorosas e das expiações. O Codificador da Doutrina Espírita, assim se expressa:

“Arrependimentoexpiação reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza as dores da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.”

 Nesses termos, a libertação do Espírito, ou reparação, indica ser a etapa final da expiação porque, perante os códigos divinos, não nos é suficiente expiar uma falta, é preciso anulá-la, definitivamente, da vida do Espírito imortal, pela prática do Bem Maior.

A reparação consiste em fazer o Bem a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros nesta vida por fraqueza, negligência ou má vontade, se defrontará numa existência posterior com as mesmas pessoas a quem prejudicou, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes o seu devotamento, a sua reparação e fazer-lhes tanto Bem quanto o mal que lhes tenha feito.

A expiação está relacionada ao nosso passado multisecular, enquanto a prova está mais relacionada ao futuro do Espírito. Podemos compreender melhor esse raciocínio à partir das palavras de Allan Kardec, na “Revista Espírita” de setembro de 1863: “O candidato que se apresenta para obter um grau, sofre uma prova; se fracassa, lhe é preciso recomeçar um trabalho penoso; esse novo trabalho é a punição da negligência levada no primeiro; a segunda prova torna-se assim uma expiação.”

Por expiação, o Dicionário Houaiss entende como “purificação de crimes ou faltas cometidas”. A expiação varia segundo a natureza e gravidade da falta, podendo, portanto, a mesma falta determinar expiações diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou agravantes, em que for cometida. Seria uma situação da vida que envolve sofrimento físico ou psicológico, que se acha ligada a um evento passado, que o sujeito percebe como errado, ou de cujas consequências não consegue se evadir facilmente.

O Dicionário Houaiss definiu “provação” como: situação aflitiva ou sofrimento muito grandes, que põe à prova a força moral, a fé religiosa, as convicções de um indivíduo”. Ao definir “prova”, o Dicionário coloca como sinônimo de “provação”. O conceito de prova ou provação põe ao ser humano consciente e lúcido a tarefa de saber superá-lo.

Utilizamos a palavra “prova”  na vida do dia-a-dia quando queremos constatar o estado de uma coisa, de um objeto qualquer, para reconhecer se é de boa qualidade. Assim, submete-se a prova uma corda, um automóvel, uma peça de um eletrodoméstico, não necessariamente por causa de seu estado anterior, mas para certificar-se de que aquilo está adequado a prestação de serviço a que se destina.

Assim, por extensão, tem-se chamado de provas da vida ao conjunto de meios físicos ou morais que revelam a existência ou ausência das qualidades da alma e que estabelecem a sua perfeição ou os progressos por ela feitos na busca da perfeição final.

O sofrimento não é necessariamente algo articulado à culpa e ao erro, mas pode ser uma circunstância da vida que nos possibilita o autoconhecimento, mobiliza nossas energias e talentos. Mais importante que explicar ou dar sentido ao sofrimento empregando a reencarnação.

Dessa maneira, tudo que você planta você colhe um dia. Tudo que lançamos no universo voltará para nós. Se o que desejamos é felicidade, paz, amor, amizade, devemos então ser felizes, pacíficos, amorosos e amigos leais. A mesma história se repetirá até aprendermos a lição de que é preciso mudar nossa trajetória de vida. Sempre que algo estiver errado em sua vida, haverá algo errado em você. Refletimos o que nos cerca e o que nos cerca nos espelha – esta é a verdade universal. Somos responsáveis por tudo o que existe e acontece em nossas vidas, e devemos assumir corajosamente  essa responsabilidade se quisermos mudar o rumo das coisas.

Se quiser crescer espiritualmente, é a si mesmo que terá de mudar – e não as pessoas, os lugares e as coisas ao redor. A única coisa que você realmente tem em sua vida é a si mesmo, e você é a única coisa sobre a qual pode ter controle. Quando conseguirmos mudar quem somos e como somos, todos os aspectos da nossa vida acompanharão essa mudança para muito melhor. Podemos ser melhores seres humanos a cada dia, a cada semana, a cada mes, a cada ano e a cada vida. Que assim seja!